31 de dezembro de 2008
Para 2009...
Até já! Vemo-nos em 2009!
30 de dezembro de 2008
O post e o momento de 2008
Adeus avó
Hoje morreu um pedaço de mim, um pedaço grande. Mas hoje também estou protegida. Hoje alguém olha por mim e me protege.
Hoje morre a mulher de força e raça que foi, que é a minha avó. Um orgulho imenso.
Hoje morro eu mais um bocadinho. Sabia que ia acontecer. Que seria breve. Mas nunca nos despedimos. Nunca damos o último beijo, o último carinho. Sei que não podias permanecer. Sei que sofrias. Desejei tanto que acabasse o teu sofrimento. Sei que é melhor assim. Que só merecias que acabasse. Mas dizer adeus não é fácil. Quando pensava neste dia, pensei que sorriria, que o fim da tua dor e sofrimento atenuariam a minha dor. Mas as lágrimas que me correm pelo rosto não são serenas. Percorro os caminhos da nossa vida. Não te consigo desviar desse caminho. Hoje ainda iremos para tua casa, percorreremos os mesmos caminhos. A casa, o cheiro a ti, os teus santinhos espalhados pela casa, os teus campos, a tua aldeia, o teu nascer do sol, o teu orvalho matinhal, a tua vida. E nós ali, sem ti. Entrarei naquela porta e não receberei os sucessivos beijos repenicados. Ninguém me chamará minha filha. Eu sei o orgulho que tinhas em mim. Eu sei o quanto valorizavas a minha bondade. Eu sei o quanto me amavas. Mas na vida tudo é tão curto. Eras e sempre foste a minha única avó. Todos os outros disseram adeus antes de eu existir. Agora não resta ninguém. Um dia não restará nada do que me liga aquela aldeia, aquela serenidade e beleza. Hoje morre um pedaço de mim, da minha vida.
E agora falta dizer adeus naquelas cerimónias que me perturbam. Porque só quero que me deixem contigo. Que nos deixem. Não quero toda aquela gente ali. Não quero que me perturbem, que invadam o meu espaço. Quero apenas estar ali, no meu silêncio contigo.
A fé que sempre te acompanhou e sempre te entristeceu a minha falta de crença. Mas hoje encontrarás o teu Deus. Hoje estarás feliz.
Avó, minha avó, adeus. Olha por mim, olha por nós.
As palavras e os momentos de 2008
26 de dezembro de 2008
23 de dezembro de 2008
Ao ver o Telejornal da SIC...
Vergonhoso! O que é isto? Não sei, mas não é jornalismo.
Feliz Natal!
Hoje é dia de dormir!!
16 de dezembro de 2008
15 de dezembro de 2008
Hoje não foi dia de...
«O amor que me consome, tomou-me a vida por dentro e depois não sei mais nada..»
Ah fadista!
14 de dezembro de 2008
O programa do Aleixo
Este homem, ai este homem!
Isto não vai acontecer,pois não?
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!"
Vinicius de Moraes
Intimidades
Não gosto de máscaras. Não gosto que não assumam fragilidades, medos, lágrimas, erros. Porque não? És mais fraco por quebrares e abrires o teu coração, a tua alma, por te mostraes humano e com sentimentos? Não. És nobre, corajoso, autêntico, verdadeiro. Só os fracos sofrem? Todos sofremos. Admiro os que se revelam com autenticidade. Despidos da personagem. Momentos de intimidade, de alma rasgada e coração revelado são momentos de profunda admiração. A opção pelo mundo do ser só é tomada pelos fortes. Revelam-se ao mundo deles, aos que merecem a partilha. Assumem-se. Abrem-se aos que vos olham nos olhos e em silêncio. porque o momento é teu. E despido te revelas e fortaleces os laços.
Não há STOP no caminho
E seguimos em frente. Não há STOP no caminho.
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida."
Vinicius de Moraes
11 de dezembro de 2008
8 de dezembro de 2008
A minha casa já tem um cheirinho a Natal
Reconhecem as vossas decorações? E muito obrigada a todos!
6 de dezembro de 2008
Não gostava nada desta jovem mas depois de ver o concerto dela...
5 de dezembro de 2008
3 de dezembro de 2008
Ainda em relação ao post anterior
Eu voto em quem me der fins-de-semana de três dias!! E se calhar ordenado mínimo de 1000 euros..e se calhar umas coisinhas mais....
Chiado
Já disse que ando muito feliz?
Gosto de...
29 de novembro de 2008
27 de novembro de 2008
Ando feliz 'comó raio'!
26 de novembro de 2008
Preciso de mais meia dúzia de horas
Pai Natal, eu portei-me bem este ano, só quero mais tempo no sapatinho!! Mais 3 ou 4 horinhas, não peço mais que isso. Duas para dormir, as restantes para conseguir ler mais, ver DVD's, ir ao cinema, teatro, trabalhar mais, fazer compras, ter mais tempo para os amigos e família, ter mais tempo para mim, para a minha casa, para tudo.
Quero um dia com 3o horas!!!Estou farta de não ter tempo para tudo!!
23 de novembro de 2008
Desafio
Não sou grande fã de desafios, mas este é irresistível! Pôr uma fotografia nossa, escolher uma banda e responder a uma série de perguntas só com músicas desse grupo/artista. A artista é o cantor da minha vida, o inigualável Jeff Buckley.
1) És homem ou mulher? Lilac Wine
2) Descreve-te: She is free
3) O que as pessoas acham de ti?So Real
4) Como descreves o teu último relacionamento? Lost Highway
5) Descreve o estado actual da tua relação: I want someone badly
6) Onde querias estar agora? ? Strawberry Street
7) O que pensas a respeito do amor? You and I
8) Como é a tua vida? Haven't you heard
9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Eternal Life
10) Escreve uma frase sábia: I Know We Could Be So Happy Baby (If We Wanted to Be)
O desafio tem de ser enviado a 5 blogs. E aqui vão eles: Gafanhotos da boca, Quase adultos, Começo a gostar de cores, Conta-me uma história... e Devaneios Singelos.
O Natal está a chegar
Agenda
22 de novembro de 2008
20 de novembro de 2008
15 de novembro de 2008
Ontem foi dia de...
13 de novembro de 2008
12 de novembro de 2008
11 de novembro de 2008
9 de novembro de 2008
Dr. Jekkyl & Mr. Hyde
8 de novembro de 2008
Ai, que dia!
E agora é sair de casa, porque sei que me vou divertir e que vou chegar a casa com aquele sorrisso e sensação de que é tão bom viver. E é-o de facto. Mas hoje custa só mais um bocadinho.
7 de novembro de 2008
De hoje até dia 15
Mas e quando tiver filhos e família? É esta passagem de tempo que me assusta...
Mas para já é viver o presente!
By Warhol
"They always say time changes things,
but you actually have to change them yourself."
ANDY WARHOL
6 de novembro de 2008
O Arquipélago da Insónia
E é com esta frase que sou arrebatada por esta metáfora.
Quem nunca sentiu esta falta em algum momento da vida? Sentir-se um estranho, longe de tudo e de todos.
Nojo
Apeteceu-me cuspir na cara daquele filho da puta. Sinceramente, foi puro nojo o que senti!
4 de novembro de 2008
- Tenho a minha casa para continuar a decorar e não tenho tempo para ver lojas, nem comprar molduras, nem mandar fazer fotografias, nem uma série de coisas que planeio fazer naquela casa, como mudar-me. Sim porque ao fim de quase um ano, eu continuo a não viver na minha casa;
- Tenho jantares e saídas e bares que quero fazer/conhecer e há sempre qualquer coisa a acontecer:
- Quero ir a lojas de segunda mão vender roupa que está parada cá por casa e adio;
- Quero ir à Feira da Ladra e à feira biológica do Príncipe Real um sábado de manhã e acabo sempre por adiar;
- Quero organizar fotos e fazer álbuns e nunca mais o faço;
- Quero terminar os nomes dos bébés (e alguns já nem são bébés) e acho que nunca mais vou conseguir;
- Tenho cd's pendentes para escuta;
- Tenho de cortar o cabelo e arranjar as unhas;
- Tenho de marcar novas consultas para mostrar os exames;
- Tenho de fazer um curso de introdução ao jornalismo;
- Tenho de organizar, redecorar, mudar a casa dos meus pais e há um ano que digo que vai ser hoje...mas ainda não foi.
Tenho mil coisas que quero e planeio fazer e não faço. E não sei o que faço ao tempo ou como ele passa por mim, mas a verdade é que não dou por ele e que não páro.
2 de novembro de 2008
Aquelas pessoas que não conheci têm histórias que terminaram, mas que ali se forçam a algo, quando tudo já acabou e deviam viver apenas na memória e coração de quem as ama. Nada ali faz sentido para mim. Nem o enterrar de um corpo, nem a permanência naquele espaço. Nada.
30 de outubro de 2008
29 de outubro de 2008
Hoje é dia de...
26 de outubro de 2008
Sábado de calor
E gostava que este fim-de-semana de sol e calor se prolongasse por mais dois dias, ou três, ou quatro...
22 de outubro de 2008
Crónica de costumes
Ele actualizou-se e agora a música é hip-hop, ele faz um batuque na caixa em que lhe colocam as moedas e a musiquinha dele é um rap, qualquer coisa como "bon-bon-da-de-de de me au-au-xi-li-ar-li-ar", acompanhado do batuque. Freestyle à séria. Temos rapper!
É muito feio estar a gozar com isto, mas quando o ouvi pela primeira vez não pude deixar de rir! É que é mesmo cómico!
20 de outubro de 2008
Apoio incondicional
Nestes momentos em que a doença do familiar de uma amiga, e não é um familiar qualquer, é uma avó, daquelas avós que fazem parte do nosso esqueleto, da nossa estrutura, do que somos e seremos. Nesses momentos queremos ajudar e fazer tudo, mas pouco podemos fazer. Apenas ligar, uma sms, enviar um abraço apertado, um beijo. Queremos estar presentes. E nesses momentos essas sms valem tanto, mas tanto. Aqueles que como eu sofrem em silêncio, porque só nesse silêncio conseguem viver essa dor dilacerante, sabem o quão importante é aquela meia dúzia de palavras escritas. Porque qualquer tentativa de falar com alguém sobre o que se sente é impossível, é acompanhada por um mar de lágrimas, voz embargada e um soluçar ininterrupto. É impossível falar ou dizer o que se sente, porque o que se sente é tanta dor, tanto sofrimento, tanto medo que não se consegue verbalizar nada. Vive-se em silêncio e com diálogos interiores constantes. E eu percebo o que isso é. O que te quero dizer, o que te queremos dizer é que estamos todos contigo neste momento. Um onda enorme de energia positiva emana de nós para a tua avó, um abraço conjunto e daqueles bem fortes envolve-vos, as nossas mãos enxugam as tuas lágrimas e dão-te a mão. Estou contigo para o que precisares, seja o que for. Descansa. Precisas de ser forte.
Eu sei o que sentes da forma mais dolorosa. E só te posso dizer isto, a esperança existe, no pior cenário. É manter a esperança e estar presente, dar a mão, falar, porque ela percebe-te, lê-te, sente-te. É dar amor.Muito. Sempre.
18 de outubro de 2008
13 de outubro de 2008
10 de outubro de 2008
A crise, a crise, a crise....ah, é verdade, a crise
Eu sei que isto está mau, eu sei que as bolsas estão em queda, eu sei que a minha prestação vai aumentar, que a criseveio para ficar não se sabe até quando, mas deixem-me ignorar, impeçam esta minha ansiedade sempre que ouço estas notícias, deixem-me abolir momentaneamente a palavra crise do meu dicionário.
Mas amanhã e depois de amanhã, e depois, e depois, lá vai estar ela...crise...crise...crise..crise...
7 de outubro de 2008
Na luta política há sempre dois pesos e duas medidas
Pois é, ah e tal confrontar ideologias políticas, ah e tal não falar de vida privada, ah e tal ah e tal.
E agora espreitem isto..
Ah pois é, por aqui se vê quem sabe fazer política!
By the way, I HATE SARAH PALIN!
4 de outubro de 2008
Antepassados
3 de outubro de 2008
Crónica de costumes
No Cais do Sodré, nas escadas que sobem do metro para os comboios está sentada uma senhora de meia-idade, muito forte, com as pernas ligadas com ligaduras (desculpem a redundância). Todos os fins de tarde lá está ela sentada. Num destes dias, eu ia apanhar o comboio e vejo um rapaz negro e jovem a falar com ela. Não percebi bem o que diziam, mas ela falava do problema que tinha nas pernas. Passei e pensei que estava a pedir esmola e a explicar ao rapaz o problema de saúde que tinha. Nem liguei muita importância aquilo.
Tenho uma memória de merda e raramente consigo citar qualquer coisa que leio. Mas tenho uma excelente memória fotográfica. Dificilmente esqueço uma cara.
Hoje lá ia eu para o comboio. E coincidência das coincidências, o rapaz vinha à minha frente. Quando passou pela senhora, parou e perguntou-lhe: "Então como se sente hoje?" E a senhora lá lhe respondeu que se sentia melhor, que estava a recuperar.
Eh pá, e eu fiquei sensibilizada. Aquele rapaz deve passar ali todos os dias e deve perguntar à senhora pela saúde dela. Não faz como eu e os restantes que passa a correr a pensar no comboio que vai apanhar. Pára e dedica alguns momentos de preocupação e de atenção aquela senhora que eu também vejo todos os dias e que todos os dias ignoro.
Novo mundo
A História recente, para mim demasiado recente, fala em 6 milhões de mortos no Holocausto, guerra que afectou o país em causa.
O mundo em que eu vivo está cego, surdo e esquecido. No mundo em que eu vivo algo vai mal.
"(...)I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.
(...)
And when this happens, when we allow freedom to ring, when we let it ring from every village and every hamlet, from every state and every city, we will be able to speed up that day when all of God's children, black men and white men, Jews and Gentiles, Protestants and Catholics, will be able to join hands and sing in the words of the old Negro spiritual, "Free at last! free at last! thank God Almighty, we are free at last!"
Marthin Luther King
Continuamos anos depois a ter o mesmo sonho....
"Another World" by Antony & The Johnsons
"Another World" by Antony & The Johnsons
O novo single do novo álbum de Anthony, cantor misantrópico, depressivo, melancólico é uma vez mais magnífico. Adoro esta melodia serena, triste e arrepiante, esta voz peculiar e única.
"I need another place...
I need another world..."
Precisamos mesmo de um outro mundo....
Para ouvir e sobretudo sentir!
2 de outubro de 2008
"Mamas vejo eu todos os dias..."
Bom para ele!
Ainda o Benfica - Sporting
Mas bonito, bonito é ver um senhor que não consigo explicar como é fisicamente, mas que é bem pequeno, rídiculo e cómico e que de repente quando o benfica marca, vai para o meio do café numa dança meio esquisita em que abre os braços, manda uma perna de cada vez ao ar, dobra o peito e ajoelha-se. E pormenor importante, tira do bolso, o que me parece alecrim e beija-o efusivamente. Há pois é, em Fernão Ferro é que é!
Crónica de costumes
Numa destas tardes, de regresso a casa, saio do metro e no corredor que antecede as escadas para o comboio ecoa uma voz bem estridente. Não percebo se são gritos ou alguém a cantar, porque é muito ritmado. Aproximo-me e é uma senhora negra com uma t-shirt que diz qualquer coisa sobre Jesus Cristo e que provavelmente está a tentar evangelizar os passageiros apregoando bem alto que Jesus é Vida e Esperança.
Surreal!
Teste à minha paciência
Segunda-feira de manhã, por volta das 9h30, 9h45. Visita a essa casa tão respeitada por todos nós, que é o Banco, mais propriamente a CGD da Parede. Tirei as senhas para o balcão de atendimento do Crédito e para as Caixas. Como era o nº a seguir para o Balcão do Crédito e as Caixas estavam com uma grande demora, aguardei por ser atendida no Crédito. Duas pessoas a atender. Uma delas fica livre e olho para o painel electrónicoà espera que o nº pisque. Espero, espero e nada. A senhora bancária mexe em papelada e pastas. E eu espero. Entretanto outra senhora bancária chama uma colega, mas a colega responde que já tinha ido. A senhora bancária que mexia em papelada pergunta se ela vai sair, a outra responde que sim e lá vai a senhora bancária que me deveria atender a sair rapidamente para o seu pequeno-almoço. E eu sentadinha a pensar no que poderia fazer: barro-lhe o caminho e confronto-a com a sua saída com um cliente à espera e sem nenhum colega para a substituir? Aguardo e escrevo no livro de reclamações? Ou passo-lhe uma rasteira discreta e espero que ela se espalhe no meio do chão? Enquanto pensava em tudo isto ela lá saiu para a sua pausa ou pequeno-almoço. Nada contra. Claro que a senhora tem direito. Mas só neste país, com apenas dois bancários a atenderem, com um cliente à espera é que alguém ignora tudo isto e sai para beber o seu galão, o que é muito urgente, tão urgente que nem pode esperar pelos colegas. É que arrefece. Há que perceber isso. E aquela hora é vê-los entrar e sair em grupos. Nervos, nervos, nervos. E ali fiquei eu à espera.
Mas não fica por aqui. Dirijo-me em seguida às caixas e qual não é o meu espanto quando vejo que está apenas uma caixa em funcionamento. Estão para aí 14 pessoas à espera. Na outra caixa está uma senhora que mexia muito no computador, levantava-se , mexia em papéis e voltava ao computador, se calhar a fazer algo muito importante, mas não haverá mais computadores? E os bancários que estão atrás a fazer não sei o quê, não poderiam abrir mais uma caixa para atender as pessoas, na sua grande maioria pessoas de idade e que aguardam em pé? As pessoas reclamam, claro, mas baixinho. Felizmente, como tinha tirado as duas senhas, fui atendida logo a seguir. E saí a pensar no bizarro desta situação e arrependida por não ter reclamado, mas depois de tanto tempo de espera, não tive tempo para escrever. E é assim que nos desgastamos, enervamos e perdemos tempo à espera.
E nestes momentos pergunto onde estão os coordenadores, chefes desta gente? Provavalmente também a beber a merda do café ou do galão!
Ontem foi dia de...
Quando recebi o e-mail pensei logo em cortar-me. Não queria ir, não conseguia ir. Só ouvia falar em roupas para os apresentadores, músicos a chegar de limusine, pensar em toda em gente em grupo a falar animadamente e eu completamente deslocada, a sentir-me mal. Não era a minha gente, o meu ambiente e ia sentir-me muito tímida e deslocada.
Mas pensei que tinha de quebrar barreiras, testar-me a mim própria e sobretudo não desistir sem tentar. Isto da vergonha e da timidez é muito complicado de gerir...mas este é o meu teste mais difícil de passar, o meu maior medo e há que ultrapassar isto. I'm not a little girl anymore e acaba por se tornar ridículo. Rapariga, tens quase 30 anos! Faz-te uma mulher!
E aceitei. Respondi que estava ali há tão pouco tempo que não esperava ser convidada, mas que iria. A resposta foi: "Claro! Agora és team!" E é assim que me tratam sempre tão bem!!
E lá fui eu com um friozinho na barriga. Cheguei tímida e acompanhada pelo amigo cigarro que nestas alturas dá um jeitaço. Lá me dizem para me juntar ao grupo. As minhas colegas todas lindas. Dois dedos de conversa e vou levantar a pulseira, pulseira que me dá livre acesso à área reservada e a bar aberto. Os artistas nomeados chegam de limusine e a malta da equipa faz de público fervoroso e entre palmas e gritos criamos o ambiente para a chegada dos artistas enquanto os apresentadores lhes fazem uma pequena entrevista à chegada. Depois foi jantar com artistas ali mesmo ao lado. Não troquei uma palavra com nenhum deles, claro. Mas falei com os colegas, libertei-me um pouco mais e foi divertido. Foi estar com eles num ambiente ainda mais informal. Conhecer algumas pessoas que desconhecia (uma está de licença de maternidade e outra trabalha em Milão). Depois do jantar um colega a meter música e festa aberta a toda a gente que por lá passou. Uma amiga, cuja cunhada trabalha numa empresa que trabalha para o nosso canal apareceu por lá e o fim da noite foi passado a falar com elas à porta.
Foi bom ter ido. Prova superada. Hoje até o dia foi mais descontraído. Como tem de ser. Como eles são, descontraídos e divertidos. E eu trabalho ali, portanto há que superar isto.
Custou um bocadinho....mas depois passou.
Terça foi dia de...
28 de setembro de 2008
Faltam 2 dias para Outubro
E neste momento, como está tão próximo, só de pensar nisso dá-me um pequenino aperto no coração....
26 de setembro de 2008
Ceder o lugar nos transportes públicos
Passo a explicar. Transportes públicos e eu sentada confortavelmente. Idoso entra. O que fazer? Segundo o resto da humanidade deve ignorar-se. A mim os meus pais ensinaram-me que devo levantar-me e ceder o meu lugar.
Ontem foi a quarta vez que cedi o meu lugar nos transportes públicos. Acho vergonhoso que ninguém, mas mesmo ninguém ceda o lugar ou dispute a cedência de lugar comigo. O caso mais revoltante foi um dia no comboio em que eu ia sentada do lado da janela com um senhor sentado ao meu lado. Uma senhora aproximou-se e ainda aguardei uns segundos. Como ele não se mexeu, fiz sinal à senhora e levantei-me. Ele levantou-se para me deixar passar e tornou a sentar-se. Já não há cavalheiros? Nem cedeu o lugar à velhota nem tão pouco se voltou para mim e me cedeu o lugar. Sentou-se e ignorou.
Hoje fiz outra experiência no metro. Novamente uma senhora idosa. Parou perto da porta. Estava na dúvida se ela sairia na próxima estação e aguardei. Neste compasso de tempo ninguém se mostrou sensível à situação. Como a senhora não saiu na próxima estação, eu levantei-me para lhe dar o meu lugar, mas ela não aceitou, disse que não era preciso. Ainda insisti, mas ela não quis.
A sério que fico indignada com esta gente! Somos realmente egoístas! Obrigada mãe e pai!Nascidos na aldeia, filhos de agricultores e pouco instruídos, mas souberam educar-me. E não é realmente pelos estudos, nem pelo estatuto social que se vê a educação!
24 de setembro de 2008
Todos os dias...
ODEIO PRAXES!
Sou anti-praxe, acho humilhante, sem humor, ridículo, demodé e de muito mau gosto. E não percebo o objectivo daquilo. Socializar? Divertir? Uma forma de conhecer pessoas? Eh pá, contem-me histórias. Já estou a imaginar as pessoas aqui no emprego novo a colocarem-me um penico na cabeça, pintarem-me a cara, enrolarem-me em papel higiénico, amarrarem-me, mandarem-me virar a roupa do avesso ou perfumarem-me com vinagre. Seria certamente uma bela recepção e acolhimento. E tenho a certeza que seria uma bela forma de nos conhecermos e estabelecer amizades.
Cambada de palermas e energúmenos (acho que se escreve assim...) E em bom português, badamerda para todos esses veteranos armados em superiores. Sois uns merdas e tenho dito!
21 de setembro de 2008
Domingo à tarde
Realmente os nossos roupeiros são um poço sem fundo. Eu pergunto a mim mesma como é possível ter tanta coisa que não uso e algumas que nem sabia que existiam num sítio que abro, mexo e remexo diariamente? Como é isto possível? A minha visão está direccionada ou viciada para ver apenas algumas peças?
Não sei. Mas enchi sacos de coisas que não visto há muito tempo e quase podia jurar que duas delas nunca vesti.
"Forbidden Colurs", David Sylvian
Para recordar sempre uma das músicas da minha vida, daquelas que se ouvirá no meu Adeus, o grande, o gigante, David Sylvian.
Feira
Conclusão, da feira trouxe apenas meias, 2 cintos e 2 lenços, porque foram as únicas coisas que valia mesmo a pena comprar.
Ah e tal a crise, mas não vejo ninguém a baixar os preços nem ninguém a deixar de vender. Cá para mim a crise só me afecta a mim.
20 de setembro de 2008
Coisas que só me acontecem a mim
Mas ********, estas coisas só me acontecem a mim!! Enervo-me e deixo de pensar!
Adolescência
Mas mau, mau são as conversas no comboio.
Ontem, saí do trabalho a estourar de dor de cabeça. Depois do percurso a pé para o metro, que não é assim tão curto, e da longa viagem de metro, com um estranho nublado e repentino abafado lisboeta, lá chego ao Cais Sodré para apanhar o comboio. Só queria estar sogadita com a cabeça encostada ao vidro e chegar a casa. Mas não. Tenho de levar com 7 adolescente nos bancos da frente. Falam das eleições da escola, a lista não ganhou porque x foi bué porca e porque Y disse que lhe entregaram um boletim de voto já preenchido. E depois como eram apenas 7 e cada uma tinha uma ideia mais brilhante que a outra resolveram começar a falar cada vez mais alto, atropelando-se umas às outras com ideias fabulosas como a coluna de som do amigo que é bué boa para as festas, que era muita fixe alugar o pavilhão da escola para festas, arranjar prémios para um campeonato de futebol, um desfile de moda, tinham de começar a juntar dinheiro para a viagem de finalistas, que Loret era bué fixe, porque tem bué bares e bué animação, etc, etc.
Neste momento de grande excitação destas 7 franguinhas eu já estava a fervilhar por dentro e na minha cabeça só estava a imagem de uma mordaça à volta da boca delas. Isto para vos dar uma imagem bem soft. Insuportável, angustiante, foram 20 mns de puro sofrimento e muita histeria. Infelizmente só saíram na Parede, ou seja, uma estação antes da minha. Mas foi puro alívio. Quando a galinhagem delas parou e o silêncio se instalou, nem sei explicar a serenidade que senti. Estava a ficar louca. E melhor ainda foi quando saí do comboio e consegui sentir uma brisa fresca. Não sei o que se passou ontem em Lisboa, mas subitamente o tempo ficou abafado e insuportável. E a minha cabeça a rebentar....
E não, não tenho saudades nenhumas da adolescência. Obrigada por já estar noutra fase.
Rescaldo da primeira semana em novas funções
A minha vida nesta semana tem sido feliz, mas muito cansativa. No primeiro dia, muito trânsito, muito sono, nervos controlados. Chegada ao destino, e apesar de serem já 10h, ninguém se encontrava no escritório. Aguardei a chegada de alguém, depois as apresentações e foi logo começar a trabalhar. Formação de backoffice do site, notícias relevantes, elaboração e validação dos textos e das imagens, eventos, passatempos, etc.. Inserção dos mesmos conteúdos na parte do Mobile. Um sem número de coisas. Preocupação: o trabalho vai ser muito e absorvente. Logo no primeiro dia o visionamente de um vídeo em primeira mão. E eu ali com os olhinhos a brilhar.
Apercebi-me ao longo da semana que a minha função tem um nome pomposo, Digital Media Coordinator, mas basicamente sou assistente e faço tudo o que sai um bocado fora das funções dos meus colegas. Mas se estou a adorar? Estou e muito! O meu hobbie tornou-se o meu trabalho!
Estava habituada a ser eu a receber a notificação por mail quando era vencedora de passatempos, agora sou eu que mando mails a notificar os vencedores. Contradições da vida.
O ambiente é descontraido e informal. Há piadas e palavrões a toda a hora. Há stress e uma linguagem de televisão muito própria e que não é a minha, e que vou ter de fazer um esforço para dominar.
Mas também há coisas negativas. Há muita vergonha da minha parte. Aquelas alturas em que não sei se meto conversa e puxo assunto. Normalmente opto pelo silêncio e dedicação ao trabalho. Mas eles são simpáticos. Convidam para almoçar, perguntam se tudo corre bem e metem conversa. Já me apercebi também que ali não há muitos bilhetes e que há coisas para oferecer, mas que não passarão por mim. Porque antes de mim, estão eles que já são da casa. Há também uma linha muito comercial e popular que tem de ser seguida e que me deixa um pouco limitada, mas também não podia ser perfeito, perfeito. Depois há uma coisa muito parva, mas que me deixa um pouco desconfortável, que é o chamado estilo. Digamos que eu tenho um guarda-roupa um pouco formal. As pessoas que me rodeiam, ou têm um estilo desportivo e confortável ou um estilo fashion. E eu estou ali sem estilo definido e sem ter o que vestir. Vou ter de actualizar o meu guarda-roupa.....
Gostei de alguns pormenores como mails de boas-vindas no primeiro dia, achei curioso o mail dos Recursos Humanos que pedem 2 cartas de recomendação de empregos anteriores e CV, isto só mesmo num canal que tem regulamentação internacional. Gosto de ouvir falar de música de manhã à tarde e de por vezes me sentir uma ignorante, porque ouço falar de coisas que nem conheço. Gosto daquele ambiente divertido. Gosto de estar ali a absorver tudo. Gosto de saber de música e de pouco a pouco eles me reconhecerem isso. Gosto desta aprendizagem, mas não gosto de fazer muitas perguntas, mas forço-me a fazê-las para tudo estar perfeito.
Tento adaptar-me pouco a pouco. Estes dias são sempre difíceis. Não gosto de me sentir inferior a todos eles porque têm umas vivências fabulosas e uma segurança invejável. Eu vou conquistar tudo isso. Claro que nesta fase ele pensam que eu sou um pouco calada e tímida. Mas eles que aguardem, porque eu cheguei para ficar!!LOL!