Klimt

8 de novembro de 2008

Ai, que dia!

Eu sei que acontece a toda a gente e sobretudo neste Outuno deprimente de dias curtos e frios. Estes dias em que se acorda triste, carente, sensível, em que só apetece um carinho, um abraço, um cafuné, em que nos sentimos sós. E hoje foi um desses dias, de só apetecer enroscar no sofá e não sair de lá e forçar a sair de casa e aproveitar o sol de Outuno na esplanada da praia. E forçar-me a sair à noite sem vontade e sem ânimo, mas sabendo que é preciso sair porque me vou animar, porque sei que me vou rir e divertir, porque sei que ficar em casa não vai ajudar nem melhorar este estado de espírito. E é nestes dias que me sinto realmente sozinha, em que nada faz sentido e me sinto insatisfeita. Apesar de estar tudo bem. Estou tranquila, faço o que gosto, a família está bem, os amigos estão comigo, há muitos concertos e muita coisa a acontecer. Mas hoje eu só queria um cafuné e um aconchego. Hoje não pedia mais nada senão algo simples e reconfortante. Estou mesmo triste.

E agora é sair de casa, porque sei que me vou divertir e que vou chegar a casa com aquele sorrisso e sensação de que é tão bom viver. E é-o de facto. Mas hoje custa só mais um bocadinho.

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"Quanto mais claro/ Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./ Quanto mais compreendo/ Menos me sinto compreendido./ Ó horror paradoxal deste pensar... " Fernando Pessoa