Klimt

22 de outubro de 2008

Crónica de costumes

Sabem aquele rapaz cego que anda a pedir no Metro e que tinha uma musiquinha que dizia qualquer coisa como "tenha a bondade de me auxiliar", sendo que este auxiliar era dito em crescendo. Lembram-se dele?
Ele actualizou-se e agora a música é hip-hop, ele faz um batuque na caixa em que lhe colocam as moedas e a musiquinha dele é um rap, qualquer coisa como "bon-bon-da-de-de de me au-au-xi-li-ar-li-ar", acompanhado do batuque. Freestyle à séria. Temos rapper!

É muito feio estar a gozar com isto, mas quando o ouvi pela primeira vez não pude deixar de rir! É que é mesmo cómico!

2 comentários:

Mary disse...

Se é o mesmo que eu estou a pensar já usa esse estilo há algum tempo, e vai batendo também com a bengala nos ferros do metro para marcar o ritmo. Depois há outros mais tradicionais, que dizem o "tenha a bondade de m'auxiliar" em tom de ladainha. Agora que falaste nisto lembrei-me de uma data de episódios engraçados protagonizados por eles, nos tempos em que andava de metro. Havia um grupo de cegos na Baixa-Chiado que estavam sempre todos bem dispostos a gozar uns com os outros. Era cómico.

Marta disse...

Um aviso à navegação. O rapaz é cómico sim sr mas o que não tem nada de cómico é que ele anda a pedir porque quer. Tem uma família que se preocupa com ele e a quem ele só tem dado desgostos. O facto de ele ser inovador não o iliba do facto de mendigar por vicio e para alimentar vicios. É triste mas infelizmente há muitos casos assim... e às vezes acabamos por dar a "esmola" (odeio este termo) a quem menos precisa... e outras vezes optamos por virar a cara e pensar que não é nada connosco, que cabe à Segurança Social ajudar... que já pagamos os nossos impostos... sei lá... foi só um desabafo. Quando era pequena havia um sr na minha rua que se fingia de cego, punha uns oculos escuros e ia pedir para o metro... desde essa altura que fico a pensar se a pessoa precisará mesmo... e se dar "esmola" é a melhor forma de ajudar...

"Quanto mais claro/ Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./ Quanto mais compreendo/ Menos me sinto compreendido./ Ó horror paradoxal deste pensar... " Fernando Pessoa