Klimt

30 de janeiro de 2008

De mãe para filha

Este Domingo a minha mãe andou a ver nos armários o que andava para lá escondido. Memórias de todos estes anos ali escondidas nos armários. Procurava coisas que eu poderia levar para a minha casa. Foram-se enchendo sacos com pequenas coisas que seriam úteis. A ideia de que queria a coisa x a combinar com a coisa y já se desvaneceu um pouco. Nesta fase, há que pensar que dá jeito e é útil, apesar de não ser o idealizado e o bonito. Lá se embalaram uns pratos, talheres, copos, canecas e outras pequenas coisas que seriam úteis. Pela primeira vez percebi que se esvaziava um armário para encher outro. Há uma passagem de testemunho. De mim para ela. Lentamente as coisas vão saindo. Eu vou saindo lentamente sem se aperceberem muito.Mas continua ali um pedaço da dependência. Eles é que dão. Vai dar-te jeito. Para não gastares dinheiro agora. É estranho. Tudo é estranho. Custou um bocadinho. Apesar de tudo. Estou de saída.

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"Quanto mais claro/ Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./ Quanto mais compreendo/ Menos me sinto compreendido./ Ó horror paradoxal deste pensar... " Fernando Pessoa