Klimt

31 de maio de 2008

Madonna






















Ela vem cá dia 14 de Setembro e eu vou! E já tenho bilhete. Acabadinho de comprar!

De partir o coração

Vi est vídeo nos Dias úteis e é realmente bonito e de partir o coração. Pequenos gestos...

28 de maio de 2008

Não poder voltar atrás

"-Meu caro Kafka, a maioria das pessoas chega a um ponto na vida em que já não se pode voltar atrás. E, em raríssimos casos, a um ponto em que já não é possível avançar. E quando se chega a esse ponto, não temos outro remédio senão aceitar calmamente o facto consumado. Só assim é que se sobrevive."


Haruki Murakami, in Kafka À Beira-Mar

Adeus avó

Hoje morreu um pedaço de mim, um pedaço grande. Mas hoje também estou protegida. Hoje alguém olha por mim e me protege.
Hoje morre a mulher de força e raça que foi, que é a minha avó. Um orgulho imenso.
Hoje morro eu mais um bocadinho. Sabia que ia acontecer. Que seria breve. Mas nunca nos despedimos. Nunca damos o último beijo, o último carinho. Sei que não podias permanecer. Sei que sofrias. Desejei tanto que acabasse o teu sofrimento. Sei que é melhor assim. Que só merecias que acabasse. Mas dizer adeus não é fácil. Quando pensava neste dia, pensei que sorriria, que o fim da tua dor e sofrimento atenuariam a minha dor. Mas as lágrimas que me correm pelo rosto não são serenas. Percorro os caminhos da nossa vida. Não te consigo desviar desse caminho. Hoje ainda iremos para tua casa, percorreremos os mesmos caminhos. A casa, o cheiro a ti, os teus santinhos espalhados pela casa, os teus campos, a tua aldeia, o teu nascer do sol, o teu orvalho matinhal, a tua vida. E nós ali, sem ti. Entrarei naquela porta e não receberei os sucessivos beijos repenicados. Ninguém me chamará minha filha. Eu sei o orgulho que tinhas em mim. Eu sei o quanto valorizavas a minha bondade. Eu sei o quanto me amavas. Mas na vida tudo é tão curto. Eras e sempre foste a minha única avó. Todos os outros disseram adeus antes de eu existir. Agora não resta ninguém. Um dia não restará nada do que me liga aquela aldeia, aquela serenidade e beleza. Hoje morre um pedaço de mim, da minha vida.
E agora falta dizer adeus naquelas cerimónias que me perturbam. Porque só quero que me deixem contigo. Que nos deixem. Não quero toda aquela gente ali. Não quero que me perturbem, que invadam o meu espaço. Quero apenas estar ali, no meu silêncio contigo.
A fé que sempre te acompanhou e sempre te entristeceu a minha falta de crença. Mas hoje encontrarás o teu Deus. Hoje estarás feliz.
Avó, minha avó, adeus. Olha por mim, olha por nós.

27 de maio de 2008

"Se forem felizes encontram a pessoa certa."

Isto será passível de acreditar/acontecer?

(...)Quando saires da tempestade já não serás a mesma pessoa."

"Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar. (...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros.E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido."

Haruki Murakami, Kafka à beira mar

"Ainda não sei tudo o que vivi da vida..."

Leio aqui :

"Ainda não sei tudo o que vivi da vida. Mas tenho medo de ter alguma noção do que já perdi nela."

Tenho alguma noção do que perdi. Não volto atrás. Não posso mudar nada do que já foi. Mas posso mudar tudo no que será. Ainda estou a tempo. Ainda há tempo. E haverá sempre tempo. Porque nunca é tarde. Olhar,planear, pensar, mudar. Todos os dias. É bom olhar em frente. É melhor ainda ter algo à frente para olhar e seguir. Tenho noção de alguma das coisa que perdi, sim. É bom ter essa noção? Sim. É bom estar na posse dessse saber. Cresci. Sei olhar para o passado, viver o presente e construir um futuro. Sou eu e sempre mais eu. Na posse de mais. Ganho isso todos os dias. Nunca menos. Sempre mais.
Cadernos, Duarte Belo

"Gostar à bruta"

Gostar à bruta é o nome deste blog. Entrei em contacto com ele através de um post da Carolina e desde esse dia tenho andado a devorá-lo. Como ela ontem me dizia, existem homens interessantes e este deve ser um deles. Transparece isso, pelo menos.

Hoje, leio nesse mesmo blog

"Uma grande amizade começa com um pequeno segredo".

Simples e é mesmo isso. Aos pequenos segredos e às grandes amizades.

Desejo movimento

"Desejava movimento e não um calmo percurso da existência. Desejava excitação e perigo e a oportunidade de me sacrificar pelo meu amor. Sentia em mim um transbordar de energia que não encontrava escape na nossa vida calma."

Lev Tolstói

Apetece-me escrever, escrever e escrever

Mas o quê?

Sobre quê?

O poder da gata

Noite cinzenta e de chuva. No interior do Coliseu o silêncio respeitador pela artista que é conhecida pelas suas alterações de humor, motivadas por toques de telemóvel ou um simples tossir. O silêncio. A voz quente de Cat power. A dirty Blues band. Voz límpida. Som perfeito. Acústica perfeita. Na minha cabeça apenas sons, palavras, melodias. A música ecoa no Coliseu. Esgotado. Olho à minha volta e só vejo pessoas. Uma multidão. Os olhos nela. O corpo nela. Os sorrisos. As lágrimas. A solidão da partilha. Estamos nela. Ali. Não há trocas de palavras, não há movimentos. Há lágrimas, sorrisos, abraços a nós próprios. Refugiados no nosso silêncio. Invadidos por aquele poder. Estar nela/em nós. Sós, connosco e com ela. O reconhecimento, a gratidão. Ela entra e sai de palco. A dança, o gesticular, os trejeitos, o moonwalk (à la Michael Jackson), o escorregar, o dobrar, o vibrar, o "estar" com os seus músicos, o sentir, o ser. Desce do palco para estar entre os seus. Com os seus. Distribui flores, setlists. Custa abandonar o palco. Foram 2 horas. Intensas. Agradece, dança, mil e um trejeitos de gratidão e reconhecimento.


Fomos um só naquela noite. Emocionou-me. Como há algum tempo não acontecia num espectáculo. Ou se calhar aconteceu, mas de forma diferente.

Ela tocaria mais. Tocaria a noite toda. Queria falar connosco, na nossa língua. Queria ver-nos de luzes acesas. Queria abraçar-nos a todos. E conseguiu. Tocou-me/nos. Um abraço gigante. O poder de uma gata. Cat power. Chan Marshall."The Greatest".

Quando saí chovia copiosamente, mas dentro de mim o calor e as cores. A minha vida escreveu-se em suaves cores nessa noite. "Wheres is my love?...where is my love?..."

Capitalismo decadente

Subida galopante do preço do petróleo, desvalorização do dólar, subida do preço dos alimentos essenciais. Diminui a confiança e o investimento. Crise. O que está na origem? A guerra fictícia e imaginária no Iraque e no Afeganistão. O sonho americano gera o terror europeu. A crise alastra-se à Europa. Avisam-nos para nos preocuparmos. Um aviso sério. A tendência é piorar. Capitalismo decadente.

25 de maio de 2008

Hoje é dia de...

Cat Power no Coliseu


Portátil com birra

O meu portátil desligou-se subitamente, como quando falta a luz. Será que queimou? Comprei o portátil no trabalho e apesar de ser em 2ª mão, estava em bom estado. Paguei-o o mês passado. E não o consigo ligar....Estou a utilizar o do trabalho.
Não se pode ter avariado, pois não? Outra vez não!

Youtube

Eu para aqui toda entusiasmada a criar uma página no Youtube para carregar as pequenas filmagens que faço nos concertos, e para poder guardá-las, e esta merda demora mais de 30 minutos a carregar um vídeo?
Se for sempre assim acho que os vídeos vão permanecer guardados no PC porque não há paciência!!

Unanimidade

Acho que sou uma pessoa unânime. Ou seja, 90% das pessoas que eu conheço têm a mesma opinião sobre a minha pessoa. Apenas 10% das pessoas discordarão dos restantes 90%. Este Universo é o das pessoas que gostam de mim. Claro que há as que não gostam de mim e terão muitas e diversas opiniões sobre a minha pessoa.
Mas será esta unanimidade boa?

Pausa

Fim-de-semana em família, calmo e sereno. Momento de pausa. Aquele momento necessário para pensar, para estar. Ali e só ali. Porque só ali faz sentido. Com eles. Entre eles. Com aquele adormecer no sofá. Com aquele acordar cedo, ao som de todos os chilreares. Com tempo. Ter tempo. Parar. Serenar. Porque amanhã, novo ritmo. Tudo começa novamente. E eu estou bem.
Como será aquele momento em que tudo deixa de fazer sentido? Aquele momento em que queremos simplesmente partir?
Quando é que tudo deixa de fazer sentido? Quando é que todos nos são indiferentes? Quando é que tudo o que nos liga aos outros não significa nada? Quando é que se instala o vazio? Quando é que olhamos para alguém e não vemos que não olhamos para a mesma pessoa? Quando é que nos abandonamos? Quando é que a sociedade nos perturba a ponto de nos fazer dizer adeus?
Há quem se despeça e eu digo um simples adeus e tenho pena...

22 de maio de 2008

Mundo pequeno

"Mundo pequeno" é o nome de um programa que vai estrear na SIC, apresentado por Artur Albarran. Sim, por Artur Albarran. Lembram-se dele?
Vejo pouca ou nenhuma televisão, e hoje ao ver a promoção deste novo programa da SIC, que vai estrear brevemente, percebo cada vez mais porquê. Quando a nossa memória é tão curta, que permite que um ex-jornalista suspeito de crimes económico-financeiros e branqueamento de capitais, regresse à televisão, só mesmo para apresentar um programa com este nome. Porque é um mundo pequeno este. Com uma memória pequena. Uma justiça pequena. Mas uma cara de pau grande.

E tanta gente à espera de novas oportunidades no mundo televisivo....

Vivam os "tachos"! Viva a impunidade!
Feriado.

Planeio fazer imensa coisa.

Limpezas em casa. Limpar e empacotar livros para levar para a minha casa. Dar aquela "volta" à despensa, que tanto precisa. Fazer depilação. Adiantar umas coisas do trabalho. Descarregar e gravar fotografias. Arrumar roupa.

E o que é que fiz de tudo isto? Adiantei umas coisas do trabalho....

Má gestão de tempo MJ, má gestão de tempo!
"Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo, cores
(...)"

Adriana Calcanhoto, Esquadros

E o Sol?

O mês de Maio está quase no fim e da Primavera não reza história este ano. Continuamos com dias de chuva e cinzentos, alternando com poucos dias de sol e temperatura amena.

Estamos com saudades tuas sol! Vê lá se apareces!Vá, sê amiguinho e dá um ar da tua graça! Vá lá!!

A chave do meu carro tem vontade própria!

Depois do assalto, o meu carro aguarda ainda a nova fechadura. Ontem, depois do jantar de anos da Ana, vamos para Lisboa e depois de estacionar o carro, verifico que o comando do fecho centralizado não funciona. Várias tentativas feitas, a chave passa de mão em mão, todos tentando em vão fechar o carro. Nem sinal. O botão quase que ficou calcado de tanto dedo e tanta tentativa. Depois de muitas tentativas e teorias para trancar o carro e eu poder ficar, a melhor de todas era trancar no botão que tranca o carro no interior e sair pela mala. Quando regressasse certamente que já funcionaria. Lol! Achei melhor não arriscar, até porque não tenho tido assim tanta sorte com a viatura nos últimos tempos. A decisão é vir embora para para casa. E lá fui eu.
Hoje de manhã resolvo ir comprar uma nova pilha. Já no interior do carro, que ficou aberto durante toda a noite na minha rua, resolvo sair e experimentar novamente. E não é que o carro trancou? E abriu e voltou a trancar, e assim sucessivamente. Assim, como se nada tivesse acontecido. Portanto, fica aqui provado que o meu carro é caprichoso e a chave do mesmo tem vontade própria!

20 de maio de 2008

Reencontros

Ao longo da minha vida tive oportunidade de encontrar pessoas com um toque especial.
No primeiro ano de faculdade tive uma colega também chamada Maria João. Mas esta Maria João era em tudo diferente daquela que vos escreve. Confiante, destemida, ela era a surfista da alimentação saudável, do deitar cedo, sem borgas, sem excessos, com uma alegria imensa, cheia de boas energias, sorriso resplandescente e senhora de muitos conselhos. Sempre consciente do que queria fazer, lutou pelo que queria e pediu a transferência do curso de Linguística para o curso de Ciências de Comunicação. E conseguiu. Eu mantive-me refugiada nos meus medos e inseguranças e no meu comodisto estável e fiquei. Hoje seria tão diferente.
O mês passado reencontrei-a. O mesmo sorriso, a mesma afabilidade, a mesma energia positiva. Viaja imenso, é freelancer, escreve sobre as suas viagens, faz cursos sobre terapias energéticas. É uma pessoa feliz e isso transparece. Trocámos contactos e ela mandou um mail. Hoje estive a responder-lhe. Tantos anos depois lembra-se do meu gosto por música e pergunta-me o que eu preciso para isso acontecer. Diz-me que foi lindo reencontrar-me e que parece que não me via há apenas uns dias. Fiquei cheia de vontade de estar com ela e de a ouvir falar da sua experiência de vida. Gosto destes encontros e de nos reencontrarmos nas pessoas.
Porque é que sempre que eu estou cansada e cheia de sono no trabalho e digo que estou enjoada, me fazem comentários do género:
- João, posso começar a bordar uma fraldinha? ou - Huuumm, estás enjoada?, seguido daquele sorrisinho malandro.

Porque é que não percebem que a mim o cansaço e falta de dormir me ataca o estômago com enjoos e falta de apetite? Porque é que tenho de estar sempre a responder:
- Só se for do espírito santo!

E porque é que que hoje ao comentar que me apetecia comer um palmier, porque tenho andado a comer poucos doces e hoje me apetecia mesmo um doce, voltam ao mesmo assunto:
- ontem enjoada, hoje com desejos...

Mas porquê?

P.S - provavelmente o post mais parvo e desinteressante de sempre...

André

Com alguns dias de atraso, mas não tem havido mesmo tempo…

O André nasceu e foi bom vê-lo com a mãe na Maternidade depois do susto que foi saber à distância que o parto não estava a ser fácil. Mas tudo correu bem e o André cá está, lindo e forte! Como a Cáti menciona nos Devaneios, também eu recordo aquela noite em que no café a Bel contou à Cáti e a mim que estava grávida. As dúvidas, o receio, a não aceitação, todo o contexto desse momento era tão desfavorável. Recordo as lágrimas da Cáti e o pedido para não desistir. E eram lágrimas daquelas que não sei adjectivar. Falava-se de vida. Foi muito comovente. Eu sentia-me incrédula perante a força, a convicção e a crença daquelas duas mulheres. Só pessoas especiais conseguem ter aquela força. Fiquei muito comovida e só pensava no quão corajosa era preciso ser. A verdade é que como disse aqui na altura, quando ainda quase ninguém sabia, a vida acontece. E aconteceu. Tudo mudou, tudo melhorou, tudo aconteceu. Hoje estamos perante um sonho realizado e uma família feliz e babada. E sempre que eu fraquejar, vou lembrar-me desta história. E não é à toa que aqui lhe chamam mãe coragem. Porque é de coragem, mesmo de muita coragem que hoje aqui falo. O André tem uma mãe na qual se deve orgulhar muito e tem uma história da qual se deve orgulhar. Porque ele estaria cá, independentemente de tudo, contra tudo e contra todos. E são histórias como esta que me fazem admirar os meus amigos cada vez mais.

19 de maio de 2008

Hoje é dia de...

Adriana Calcanhoto no Coliseu dos Recreios


16 de maio de 2008

Gosto quando acordo com uma música na cabeça e a vou a cantarolar para a banheira.

Coincidência das coincidências, cheguei agora ao trabalho, ligo a Radar online e que música está a tocar? Esta mesmo: "This is the thing", na voz de Fink.

Há noites assim (felizmente são poucas), em que chego a casa, ligo estupidamente o portátil quase à 1h da manhã e fico a fazer nada, a sentir-me sozinha e a desejar carinho e mimo. E não está ninguém em casa à minha espera.

Sou mesmo a tarte de mirtilo...:-)

15 de maio de 2008

Hoje é dia de...

«Um Conto Americano», de David Mamet no Teatro D. Maria II




Estas merdas enervam-me!

Uma catástrofe assolou a China, a Birmânia recusa a entrada no país da ajuda humanitária, em Barcelona a falta de àgua é uma realidade preocupante, a gasolina em Portugal atinge quase 1.50€ o litro, a comida está cada vez mais cara e que penso eu quendo leio isto no Público "O PSD e o Bloco de Esquerda (BE) defenderam hoje que o primeiro-ministro, José Sócrates, deve ser multado, "e de forma exemplar", por ter fumado a bordo de um avião, durante o voo oficial para a Venezuela. Os bloquistas defendem ainda que a TAP também deve ser sancionada."?

Querem saber o que eu penso?

Puta que os pariu! Falem-me de problemas sérios e não de transgressões adolescentes!

14 de maio de 2008

Ontem foi dia de...

Na Aula Magna...e foi fraquinho...bem fraquinho



12 de maio de 2008

Ainda "My Blueberry nights"...

Descobri neste filme que sou uma tarte de mirtilo. Não há problema nenhum comigo. Mas há os outros. São escolhas que se fazem. A culpa não é minha.

Não consigo deixar de pensar no filme...


"- Bem, segundo o que observo... às vezes é melhor não saber. E outras vezes... não há motivo algum a ser encontrado.


- Tudo tem um motivo.


- É como estas tartes e bolos. No final de cada noite... o cheesecake e a tarte de maçã acabam sempre. A torta de pêssego e o bolo de mousse de chocolate quase que acabam. Mas há sempre uma tarte de mirtilos que sobra, ainda intocada.

Como dizer adeus para uma pessoa que você nunca imaginou viver sem? Eu não disse adeus... Eu não disse nada. Apenas fui embora.


- Então o que há de mal com a tarte de mirtilos?


- Não há nada de mal com a tarte de mirtilos. As pessoas é que fazem outras escolhas. Não se pode culpar a tarte de mirtilos. Apenas ninguém a quer."

Não consigo deixar de recordar o filme...

"Nos últimos dias tenho tentado aprender a não confiar nas pessoas, mas ainda bem que falhei. Às vezes olhamos para as pessoas como se elas fossem um espelho que nos reflete, e nos mostra quem nós somos. E cada reflexo me faz gostar de mim mesma um pouco mais."

Ainda bem que também falhei. Gosto do meu reflexo nos outros, só neles faz sentido esse gostar e esse reflexo.

Um dos beijos mais bonitos do cinema

É este. Em cima de um balcão. Ela adormece. Dorme em cima do balcão, depois de muita conversa e de comer uma "blueberry pie" com gelado, deixando um bigodinho de gelado nos lábios. Ele beija-a, limpando os restos de gelado. Ela beija-o como se estivesse a sonhar, sem abrir os olhos e sorrindo. Abraçados.

É bonito, verdadeiramente bonito!


"My Blueberry nights"

Assim se chama o filme. Não é o filme da minha vida. Não é o melhor filme do realizador Wong Kar Wai. A Norah Jones não é a melhor das actrizes. Mas é um grande filme. É um filme cheio de emoções, daquelas simples, daquelas que aquecem o coração, daquelas que te fazem sorrir escondida no escura da sala, daquelas que te fazem desejar abraçar os amigos que te rodeiam. É um filme doce, bonito, romântico. É um filme com um Jude Law lindíssimo, delicioso, maravilhoso! É um filme com os olhos grandes como o mundo da Norah Jones. É um filme com a música e a presença da Cat Power. É um filme de amizade, de confiança, de partilha, de amor, de sofrimento, de desencontros, de palavras, dessa coisa em desuso chamada escrever cartas, de desabafos. É um filme com um dos beijos mais bonitos da história do cinema (para mim, para a minha história do cinema, que é curta). É um filme de vidas e sonhos. De chaves perdidas e de portas que permanecem abertas até as querermos fechar.
É um grande filme. Saí cheia de tudo, com tudo dentro de mim. Só me apetecia fazer rewind e rever uma e outra vez. Parece lamecha, mas não o é. É bonito. Vale a pena ver. Vale mesmo muito a pena.

Há momentos de sorte

Diz-se que a seguir a grandes momentos de tristeza e de azar, seguem-se momentos de felicidade e sorte. Não sei se a minha sorte está a mudar, tento nem pensar muito nisso. Mas este fim-de-semana senti-me uma pessoa afortunada.
Sexta-feira, noite de ir ver a peça “Onde vamos morar”, peça de José Vieira Mendes, com o Sérgio Godinho, em cena no Convento das Mónicas. Peça esgotada, mas disseram-nos que as reservas caíam às 20:30h. Resolvemos tentar a sorte. A minha amiga atrasa-se (o tempo suficiente para equacionar a desistência de ver a peça), carros estacionados longe, uma longa caminhada com alguns enganos pelo caminho, fomos dar ao Teatro da Garagem erradamente, lá encontrámos um segurança muito castiço que foi uma simpatia, e que mesmo sendo 21:19h convencia “as meninas” a continuar caminho e nos incentivava a manter a esperança de chegas a horas. Depois de muitas voltas e subidas, chegámos finalmente ao destino às 21:28h e encontrámos cerca de 12 pessoas que aguardavam pelo mesmo que nós. Já sem esperança de conseguir bilhete e bastante ofegantes, ela senta-se a descansar e eu dirijo-me ao WC para despejar uma bexiga que ansiava ser despejada. Quando regresso, vestimos os casacos e preparamo-nos para sair, quando avisam o grupo que aguardava que poderia entrar. Uma senhora pergunta quando pagamos e a resposta é que não podemos pagar bilhetes que já foram pagos. Entramos sem pagar, felizes com a sorte e por nos termos atrasado e perdido, porque se tivéssemos chegado a horas teríamos desistido. Ocupamos os lugares que estão vazios e sento-me mesmo ao lado de Bruno Nogueira e Maria Rueff. Uma boa peça, excelente interpretação de Sérgio Godinho. Enfrenta-se o frio da noite com a cabeça cheia de personagens e actores, e de uma personagem particular que nos faz lembrar alguém.
Mais um momento de sorte. Domingo, dirijo-me a uma Aula Magna esgotada para ver os The National. Levanto os meus 4 bilhetes e guardo o meu e o do meu amigo. Todos ganhámos bilhetes duplos, portanto sobram-me dois bilhetes. Reservo esses dois para vender.Porquê? Porque na minha cabeça existe uma multa e a perda de 60€. Não gosto de fazer isto. Os bilhetes ganhos são sempre para dar. Só vendo bilhetes quando compro bilhete e depois ganho, de forma a reaver o dinheiro. Isso foi o que aconteceu com a Sílvia e a Marieta, e era essa a prioridade. Elas conseguiram vender rapidamente. Eu também consigo vender um facilmente. Restou-me um quase até ao início do concerto, mas consegui vendê-lo. Depois de muito tempo, dúvidas, abordagem a muita gente, contacto com outros “candongueiros”, mas esses profissionais, um sem número de histórias. Mas consegui reaver algum do dinheiro da multa. Tiram-me por um lado, mas dão-me por outro. Depois dos nervos e da ansiedade associados à candonguice, aquela sensação de alegria. Fiquei mesmo contente! Por tudo. Por toda a situação e episódios divertidos e surreais que aconteceram durante este período de venda, pela companhia, pelas dúvidas, por aquela “leitura de olhar”, na qual não sou perita, pelo grande concerto a que assisti. Durante aqueles minutos, a única coisa que me distraia era o excesso de calor da sala. Sentiram-se emoções partilhadas entre nós. Os olhares sorriam e percebiam a comunhão e a partilha do momento.
E eu tenho sorte, mesmo quando não tenho, eu tenho muita sorte, porque vivo momentos destes, com pessoas destas.

Este foi um fim-de-semana cheio!

Obrigado Rui Costa!

Obrigado Rui! Nós é que te aplaudimos!




Hoje foi noite de...

The National na Aula Magna. Não houve tempo para escrever que foi "dia de", apenas que foi noite de um grande concerto, com a Aula Magna esgotada para ver os The National sempre em crescendo e com o público rendido.

E foi tudo perfeito! Uma noite perfeita!


8 de maio de 2008

Montagem de cama

Hoje a noite foi de montagem de mobiliário IKEA. Eu, a Cáti e a Mary de volta da montagem da minha cama. Diverti-me imenso!
No início a cabeceira e os pés não encaixavam bem nas laterais da cama. Como sou inexperiente, fiquei um pouco apreensiva. Pensei que ia ser uma tarefa àrdua. Empurra, dá murro (estávamos sem martelo), sugestão de virar a cama, encosta à parede, empurra daqui e empurra dali, muitas foram as tentativas. Mas a coisa começou a tomar o seu rumo e as dificuldades a serem ultrapassadas. Colocam-se os parafusos e as buchas, a base, o estrado e finalmente o colchão. Entre risos, conversas, a cama está pronta e parece confortável. Agora só falta dar-lhe uso! Eh, eh!!

P.S.- é que me diverti mesmo!

7 de maio de 2008


Acho que hoje vou cortar o cabelo……buáááá!!!

Odeio cortar o cabelo!!!!!


E ainda por cima está tão comprido…..

Gosto cada vez mais..

das ruas de Lisboa com o Tejo à espreita!

Não gosto...

Não gosto de ser confrontada com situações que magoam os meus amigos, não gosto de os ver sofrer, não gosto sequer de pensar no sofrimento causado. Mas sofrer é preciso, faz parte da vida, nenhum de nós está imune. Sofrer não nos dá saúde, mas fortalece-nos. É na dor que nos conhecemos um pouco melhor, que testamos a nossa força, que renascemos sempre para uma realidade diferente.
Apesar de tudo isto, não gosto e não quero ver-vos ou imaginar-vos a sofrer.

Hoje é dia de teatro!


Mais uma borla, mais uma volta! Hoje é dia de ir ao teatro!

6 de maio de 2008

Juventude sem causas

Celebram-se os 40 anos do Maio de 68 e celebrámos recentemente o 25 de Abril.
Há 30, 40 anos os jovens tinham lutas, ideais, eram politizados, informados, tinham objectivos e causas pelas quais lutavam. Eram rebeldes com causas. Hoje somos rebeldes sem causas. Quero uma causa pela qual lutar. Tenho inveja daquela juventude que não foi a minha. Não lutei por nada nem por ninguém.

Hoje é dia de...

Dead Combo no Lux
(em escuta na Grafonola com "Electrica cadente")

4 de maio de 2008

Ante-estreia de "Goodbye Irene"

Convites para a ante-estreia deste filme com o Nuno Lopes e a Rita Loureiro no S. Jorge.

Cinema cheio de estrelas e aspirantes a estrelas.

Não gostei muito do filme, mas valeu a pena de qualquer forma.

Hoje é dia de...

Einstürzende Neubauten na Aula Magna...

Curiosamente este não foi ganho por mim, mas a solidariedade de uma amigo de uma amiga a quem dei um bilhete para um outro concerto é demonstrada desta forma. Bilhete ganho e oferecido. Obrigado!!


"No bairro do amor o Sol parece maior

E há ondas de ternura em cada olhar (...)"

Jorge Palma

2 de maio de 2008

Mais um azar...

Como tudo corre bem, e como hoje (2 de Maio) estou de férias, aproveito para ir à conservatória tratar do registo da casa. Sem moedas na carteira, não coloco moedas no parquímetro. E para quê preocupar-me em trocar as notas que tinha na carteira, ou quem sabe procurar um lugar sem parquímetro?
Pois é, ouço uma senhora perguntar ao marido se tinha colocado parquímetro porque estavam a bloquear carros. Soube imediatamente que tinha sido a feliz contemplada. Desço as escadas a correr e não é que tinha sido mesmo contemplada? Ainda lhes disse de lágrimas nos olhos que tinham roubado o meu carro e estragado a fechadura uma semana antes, mas nestas coisas são implacáveis. Devia ter ido trocar as notas. Resultado? 60€ a menos na conta...
E o que me f* mesmo é que acordei cedo num dia de férias, sou multada, estou imenso tempo à espera, perco a manhã e dizem-me quando sou atendida que o registo é tratado pelo banco e que eu não tenho de fazer nada.
E a burra não sou eu? Sou, ah pois sou!

FDP de azar! Fico tão revoltada! A via pública é de todos nós!!

Intermitências

A minha avó está doente, muito doente, na recta final da vida. Num caminho doloroso, penoso, daqueles que não merece a pena percorrer. O corpo está a morrer, a apodrecer, no sentido lato da palavra. A minha avó, muito lúcida de cabeça sofre com as dores horríveis de uns pés que apodrecem. Aos 94 anos o corpo decidiu descansar, apesar de o coração e a cabeça dela se encontrarem de excelente saúde. Não percebo porque tem de ser assim. Porque temos de sofrer quando menos merecemos sofrer. Não sei dizer o que sinto quando vejo a minha avó a emagrecer, a não comer (a medicação é forte e ataca o estômago, o que a faz vomitar e não conseguir comer), a ter dores horríveis. Não vos sei dizer o que sinto quando vejo os pés inchados, negros (mesmo negros), em ferida e a cheirar a podre. A descrição é crua e nojenta, mas é assim. Os médicos decidiram não cortar porque ela não sobrevive à operação. Decidiram não a pôr a soro porque as veias podem arrebentar. Foi condenada a viver até o corpo se deteriorar tanto que não aguente. Até lá sofre. Sente-se a morrer. Neste momentos em que sinto que vou vomitar de nojo, de pena, de dor, de amor, só quero que ela morra. Que feche os olhos e se apague sem mais dor. Nestes momentos queria que a eutanásia não fosse proibida e que se pudesse rapidamente atenuar o sofrimento dela. Queria ter algum poder, mas nada posso. Não sei sequer se seria capaz de o fazer, mas talvez o meu amor o permitisse fazer, ou pedir a alguém que o faça. A minha avó é a imagem de força, de ruralidade, nunca teve aquele lado feminino da casa, do carinho, da imagem. É a mulher do campo, só o trabalho interessava e sempre a vi trabalhar. Nunca foi uma mãe carinhosa, mas foi uma avó atenciosa, cheia de histórias. foi a única avó que conheci. Os cheiros da casa, das comidas, os campos, as luzes de fim de tarde e princípio da manhã, a exigência, o autoritarismo, a religiosidade, o trabalho de campo, as mãos na terra, as cores, tudo o que me liga ao norte do país, aquela casa rural e aquele modo de vida rural me ligam a ela. Porque eu também sou aquilo tudo. As minhas origens estão ali.
Agora resta-nos acompanhar e aguardar. Não fazer planos. Viver o dia a dia e esperar por aquele dia que eu espero que seja breve. A minha despedida está feita. Agora resta-me deixá-la ir. Todos estão a ir. Somos cada vez menos e os que ficam estão cada vez mais velhinhos. Não consigo viver sem a ideia de morte presente na minha vida. Não consigo sossegar. Estou cada vez mais inquieta. A vida provoca-me e altera-me.
"Quanto mais claro/ Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./ Quanto mais compreendo/ Menos me sinto compreendido./ Ó horror paradoxal deste pensar... " Fernando Pessoa