Na terça-feira, vendo mais um programa do estudo sociológico do Portugal Conteporâneo realizado pelo António Barreto em que se falava da vida dos subúrbio senti uma tristeza...falava-se das nossas vidas..de portugueses que acordam às 5h da manhã para se prepararem e prepararem os filhos para mais um dia. Deixam-nos nas escolas às 7h da manhã e apanham o comboio para Lisboa para virem trabalhar. Regressam tarde e apenas têm temp de dar o jantar aos filhos e de os deitar, seguindo-se a arrumação da casa, loiça, passar a ferro e preparação da roupa e dos lanches dos filhos para o dia seguinte. A hora de se deitarem é normalmente 1 h da manhã para voltarem a acordar às 5h. Outro exemplo era do de um casal que demorava diariamente 1 hora e meia para se deslocarem de Sintra a Lisboa. 15 horas semanais sentados num carro. 60 horas mensais sentados num carro.720 horas anuais dentro de um carro. Senti-me angustiada. É esta a vida que quero para mim?Esta corrida diária?Este não viver?Este perder inútil de tempo precioso?Este não partilhar?Viver para rotinas e correrias sem ter tempo para escutar, falar, pensar?Dou por mim a pensar na minha tia e na ruralidade da sua vida, o acordar sem horários, o cheiros e sons da natureza, o andar sem horas, sem trânsito, sem stress...Haverá verdadeiramente algum dinheiro que pague isto?
O que nos move realmente?
Um comentário:
tantas vezes que penso em ir morar para folques.
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