Klimt

5 de agosto de 2008

Ser maior

Hoje senti-me grande, enorme, gigante. A entrevista correu bem, mas mesmo muito bem. E eu estava nervosa, mas de repente, sem explicação, sem saber como nem porqúê, uma serenidade e uma tranquilidade abateram-se sobre mim. Eu diria mais, uma força, uma confiança que não são minhas. O meu olhar tornou-se forte, intenso e comunicativo. O meu discurso foi assertivo, sincero. Foi um diálogo aberto. Não me senti a ser entrevistada. Senti-me a conversar com um desconhecido sobre projectos. E de forma natural. Como se não tivesse nada a ganhar. Não me senti "atacada", nem diminuida. A conversa fluiu, o meu cérebro não bloqueou, consegui articular coerentemente, sem gaguez, sem me sentir inferior, sem perturbações no discurso. Se eu acreditasse em coisas do sobrenatural ou de carácter mais religioso, diria que alguém estava a olhar por mim (Avó, se foste tu, muito obrigada!). Consegui mostrar o que sou, o que quero, as minhas motivações, as minhas capacidades, de que forma posso contribuir para aquele projecto. As entrevistas não estão fechadas. O lugar não é meu. Mas percebi que houve interesse. Nem o ordenado foi uma barreira. Senti-me tão anormalmente confiante e segura que só por isso me sinto vencedora. O lugar pode até nem ser meu. Mas esta entrevista marca a minha vida. E só queria que vissem o meu sorriso e a forma como quando cheguei ao elevador, pulei, esticando o meu braço direito, naquele gesto tão característico de quem grita "YES!!". Ah pois é, mesmo à filme! E permitam-me um grande palavrão, mas nesse momento disse para mim mesma: "Foda-se que esta merda correu mesmo muito bem!" E segui o meu caminho, não contente, mas radiante! E com esperança, mesmo cheia de esperança! Se não conseguir, estive mesmo muito próximo!Faltou-me só mesmo um bocadinho assim! Para a semana saberei!

2 comentários:

Isabel disse...

Assim é que eu gosto amiga...

Anônimo disse...

Estou a torcer por ti! ;)

"Quanto mais claro/ Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./ Quanto mais compreendo/ Menos me sinto compreendido./ Ó horror paradoxal deste pensar... " Fernando Pessoa