Klimt

14 de julho de 2008

Quando eu morrer

Acho que nunca escrevi isto, apesar de já o ter dito a quem me está mais próximo.

Quando eu morrer, não quero tristezas. Quando eu morrer quero que falem de mim, mas do que de mim se lembram de bom. Quero pequenos discursos com episódios marcantes pela alegria, pela ternura, pelo humor, pelo rídiculo. Quero que sorriam ao me recordarem. Não quero lágrimas. Quero ser cremada. Quero arder ao som das músicas que marcaram a minha vida. Quero os poemas e as palavras da minha vida. Bem alto. Não quero silêncios. Não quero conversas paralelas. Não quero padres com discursos que para mim não fazem sentido. Quero que me recordem. Quero que recordem a minha vida e a minha presença nas vossas vidas. Espero que essas recordações sejam de alegria, de bons momentos. Quero gargalhadas. Não quero tristezas. Não quero que vejam a minha cara sem cor, não quero que me beijem e sintam a minha pele fria. Não quero flores nem terra sobre mim. Não quero que sintam a minha ausência. Quero que me sintam presente.

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"Quanto mais claro/ Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./ Quanto mais compreendo/ Menos me sinto compreendido./ Ó horror paradoxal deste pensar... " Fernando Pessoa