Klimt

10 de abril de 2008

"Persepolis"

Vi este filme e adorei. Sabia que era de animação, baseado numa B.D. e que falava numa menina Iraniana que ouvia Iron Maiden e música punk. O filme é obviamente muito mais que isso. É a história de uma criança criada num ambiente fortemente politizado, idealista, educada para a independência e liberdade. Marjane Satrapi é a menina que vê Teerão enterrar o Xá e surgir uma política religiosa restritiva e castradora. É a menina que é obrigada a fugir e que passa por tantas mudanças, dúvdas, liberdades. É a menina que é derrotada por um grande amor e que regressa e se esquece da luta e dos que lutaram. Passou por mortes, guerra, mas foi o amor que a destruiu. A mãe diz-lhe que a educou para ser livre e independente. A avó diz-lhe que é medíocre porque quando partiu o único conselho que lhe deu foi para se manter íntegra a si mesma e nunca se esquecer de onde veio. Muitos irão fazer-te mal, mas não esqueças quem és.
Gostei muito do filme por tudo. Por ser uma animação e ter pormenores fantásticos. Por ter história e política. Por falar música. Por falar de ideais e de valores.
Falta-nos isso. Ideiais. Causas. Lutar por algo. Somos uma geração sem lutas. Uma geração virada para si. As minhas angústias e frustrações são o reflexo disso.
Quero rever em DVD.

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"Quanto mais claro/ Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./ Quanto mais compreendo/ Menos me sinto compreendido./ Ó horror paradoxal deste pensar... " Fernando Pessoa