23 de julho de 2007
Verão?
Este ano o Verão tarda em aparecer. Estamos quase no fim de Julho com temperaturas amenas, vento, noites frias e chuva. Estou branca, quase não fui à praia e estou cheia de saudades das noites quentes na esplanada. Em alguns países de Europa chove...fala-se de aquecimento global e estranha-se. Qual aquecimento?O que se passa com o Verão?
Regresso às palvaras...
Terminei o último trabalho da Pós-Graduação ontem. Tal como disse nos Devaneios, descuidei os meus hábitos de leitura. O curso, o trabalho e os meus tempos livres cansavam-me e distanciavam-me desse prazer cultivado desde a infância. Regressei aos meus livros e às minhas leituras. Peguei no Estrangeiro, do Camus e no Budapeste, do Chico Buarque e que bom foi sentir o contacto do livro que se abre e se move nas nossas mãos, as páginas que se viram, as palavras que se movimentam em frente dos nossos olhos. O Estrangeiro vai já a meio e não consigo parar de ler. O Budapeste vai ainda no início porque a escrita em brasileiro torna a leitura mais lenta, mas igualmente saborosa. Começa por falar na aprendizagem de novas línguas, do estranhar os fonemas até se entranharem e o desejo de explorar a língua se tornar incontrolável. Que saudades de ler compulsivamente sem ter de perder o meu tempo a ler tretas de ciências documentais, ultrapassadas e desinteressantes. Que bom voltar aos meus livros.
Multibanco
O meu cartão Multibanco desmagnetizou. Conseguia levantar dinheiro nas caixas multibanco mas em alguns pagamentos o cartão falhava. Antes que ele desmagnetizasse de vez, dirigi-me ao meu banco para pedir um novo cartão. Mas aqui a inteligente esqueceu-se que ia ficar sem cartão. Quando vejo o funcionário pegar num tesoura e inutilizar o meu cartão pensei que já tinha feito asneira. Com apenas 30 euros na carteira nem me lembrei de pegar na caderneta e levantar mais dinheiro. O cartão demora uma semana. Confesso que não vivo sem o meu MB. Ainda por cima vou para Sines na quarta e nem sei se o meu cartão já estará disponível. Tinha o jantar de cops, tinha compras para fazer e o fim-de-semana foi penoso...sempre limitada, a pensar que não podia comprar nada porque tinha apenas aquele dinheiro e ele tinha de durar. E é nestas alturas que tudo nos parece lindo e maravilhoso e que só nos apetece comprar coisas. Mas apercebi-me de uma coisa. Sem MB não há acessos consumistas. Se só tiver aquele dinheiro, não posso mesmo gastar mais do que tenho disponível e tomei uma resolução. Vou passar a deixar mais vezes o cartão MB em casa. É a melhor forma de poupar. Vamos lá ver se consigo...
20 de julho de 2007
ai a insegurança...
E o que faço eu quando ele vai de férias para o Alentejo no dia seguinte e eu lhe digo que vou ter saudades dele e que vou deitar-me cedo e ele me responde que faço bem e que vai fazer o mesmo? Bem...fico chateada, insegura e triste...não era a resposta que eu queria...pode ser feitio, timidez, distracção, muita coisa. Pode também ser o não sentir, o não mentir, o não querer iludir....pois é, ai a insegurança!!
19 de julho de 2007
Vergonha...
Leio esta notícia no DN e recuo muitos e muitos anos atrás e sinto vergonha, muita vergonha...
"Brancos provocaram, mas negro é que foi condenado a 22 anos
Mychal Bell é um rapaz de 16 anos e pode agora ser condenado a 22 anos de prisão por "agressão" a um colega do liceu de Jena, pequena cidade do estado americano da Luisiana. O caso seria banal se não envolvesse um negro e um branco, fazendo ressurgir o fantasma do racismo no Sul dos EUA. Uma região onde cordas penduradas em árvores ainda são sinónimo de linchamentos, século e meio após o fim da escravatura.Tudo começou em Setembro de 2006, o Verão estava a terminar e os alunos brancos do liceu de Jena estavam sentados debaixo da velha árvore no pátio da escola no primeiro dia de aulas. Numa cidade em que 85% da população é branca, a ordem centenária que afastava os alunos negros do centro do pátio podia ter continuado por muitos anos não fosse um aluno negro ter feito a pergunta fatídica: "Também nos podemos sentar debaixo da árvore?" A directora do liceu não teve dúvidas: "Sentem-se onde quiserem." Mas, na manhã seguinte, os alunos que ousaram violar a tradição encontraram penduradas na velha árvore uma clara ameaça: três cordas com nó corredio. "A corda nesta região é sinónimo de escravatura, linchamentos e Ku Klux Klan [a organização supremacista branca]", disse Caseptla Bailey, a mãe de um aluno citada pelo diário francês Le Monde.Os autores da provocação foram rapidamente identificados: três alunos brancos. O director da escola exigiu a expulsão, mas o conselho de professores considerou o incidente uma "brincadeira de crianças" e pediu três dias de suspensão. Chocados com a decisão, os pais dos alunos negros reuniram-se para discutir a situação e na manhã seguinte alguns alunos, entre eles seis estrelas da equipa de futebol americano local, organizaram um protesto debaixo da árvore da discórdia. Assustada, a direcção da escola chamou a polícia que ameaçou os alunos. Nos dias seguintes, agentes percorreram os corredores do liceu que acabou por ser encerrado. Para o Jena Times, "a culpa é dos pais negros" que transformaram "uma brincadeira" num "caso de racismo".As coisas acabaram por acalmar, apesar de a tensão ser latente. A 30 de Novembro, um incêndio no liceu deixou a polícia em estado de alerta. E o fim-de-semana seguinte foi de violência, com alunos a envolverem-se numa luta.Mas foi no dia seguinte que a situação se descontrolou. Provocados por Justin Baker, um dos autores da "brincadeira" das cordas, seis alunos negros envolveram-se numa rixa. Mychal Bell perdeu a cabeça e pontapeou o rapaz. De repente, uma acusação de "agressão" transformava-se em "tentativa de homicídio".Os pais protestaram, as associações anti-racismo também, mas Bell foi mesmo a tribunal. Numa sala de audiências dividida entre brancos e negros, o rapaz enfrentou um júri, um procurador e um juiz brancos. Defendido por um advogado oficioso - esse sim, negro - que não colocou uma única objecção, nem convocou testemunhas, a estrela de futebol viu o sonho de conseguir uma bolsa de estudos destruído quando o júri o considerou culpado de "agressão" e pediu uma pena de 22 anos de prisão. E o aluno agredido? Saiu do hospital três horas depois. "
"Brancos provocaram, mas negro é que foi condenado a 22 anos
Mychal Bell é um rapaz de 16 anos e pode agora ser condenado a 22 anos de prisão por "agressão" a um colega do liceu de Jena, pequena cidade do estado americano da Luisiana. O caso seria banal se não envolvesse um negro e um branco, fazendo ressurgir o fantasma do racismo no Sul dos EUA. Uma região onde cordas penduradas em árvores ainda são sinónimo de linchamentos, século e meio após o fim da escravatura.Tudo começou em Setembro de 2006, o Verão estava a terminar e os alunos brancos do liceu de Jena estavam sentados debaixo da velha árvore no pátio da escola no primeiro dia de aulas. Numa cidade em que 85% da população é branca, a ordem centenária que afastava os alunos negros do centro do pátio podia ter continuado por muitos anos não fosse um aluno negro ter feito a pergunta fatídica: "Também nos podemos sentar debaixo da árvore?" A directora do liceu não teve dúvidas: "Sentem-se onde quiserem." Mas, na manhã seguinte, os alunos que ousaram violar a tradição encontraram penduradas na velha árvore uma clara ameaça: três cordas com nó corredio. "A corda nesta região é sinónimo de escravatura, linchamentos e Ku Klux Klan [a organização supremacista branca]", disse Caseptla Bailey, a mãe de um aluno citada pelo diário francês Le Monde.Os autores da provocação foram rapidamente identificados: três alunos brancos. O director da escola exigiu a expulsão, mas o conselho de professores considerou o incidente uma "brincadeira de crianças" e pediu três dias de suspensão. Chocados com a decisão, os pais dos alunos negros reuniram-se para discutir a situação e na manhã seguinte alguns alunos, entre eles seis estrelas da equipa de futebol americano local, organizaram um protesto debaixo da árvore da discórdia. Assustada, a direcção da escola chamou a polícia que ameaçou os alunos. Nos dias seguintes, agentes percorreram os corredores do liceu que acabou por ser encerrado. Para o Jena Times, "a culpa é dos pais negros" que transformaram "uma brincadeira" num "caso de racismo".As coisas acabaram por acalmar, apesar de a tensão ser latente. A 30 de Novembro, um incêndio no liceu deixou a polícia em estado de alerta. E o fim-de-semana seguinte foi de violência, com alunos a envolverem-se numa luta.Mas foi no dia seguinte que a situação se descontrolou. Provocados por Justin Baker, um dos autores da "brincadeira" das cordas, seis alunos negros envolveram-se numa rixa. Mychal Bell perdeu a cabeça e pontapeou o rapaz. De repente, uma acusação de "agressão" transformava-se em "tentativa de homicídio".Os pais protestaram, as associações anti-racismo também, mas Bell foi mesmo a tribunal. Numa sala de audiências dividida entre brancos e negros, o rapaz enfrentou um júri, um procurador e um juiz brancos. Defendido por um advogado oficioso - esse sim, negro - que não colocou uma única objecção, nem convocou testemunhas, a estrela de futebol viu o sonho de conseguir uma bolsa de estudos destruído quando o júri o considerou culpado de "agressão" e pediu uma pena de 22 anos de prisão. E o aluno agredido? Saiu do hospital três horas depois. "
17 de julho de 2007
Radares
Radares renderam no primeiro dia mais de 114 mil euros. Nós, condutores, não aprendemos a respeitar as regras.No dia em que começaram a funcionar os radares, entre as 09.15 e as 18.00 foram apanhados 1912 condutores em excesso de velocidade.
13 de julho de 2007
Tu...és meu...
A Carol pergunta porque não posto eu sobre este momento da minha vida. Antes de mais, porque não tenho tido tempo. Porque a minha cabeça está em tanto lado. Porque sinto aquele frio na barriga, aquela ansiedade que aguarda a sms, o telefonema, o encontro, o beijo, o abraço. Porque é nisso que me concentro. No libertar da minha timidez, no querer dizer coisas que não digo,no fazer coisas que não faço. A frustração de não me conseguir libertar destas amarras que me limitam e a felicidade de não me sentir pressionada, forçada a nada. As coisas evoluem lentamente, calmamente. Sinto os meus ritmos acompanhados. Faz-me rir a timidez, o cuidado com que me diz as coisas, o pedido de desculpa quando falha, o "tou a brincar..."quando faz um comentário mais malandro. Acho que ele me percebe e é tão bom. Não me apetece falar do ontem. Apetece-me falar do hoje. Aguardo ansiosamente que ele saia da oral....está atrasado. Iamos jantar e ao teatro. Pede desculpa mas ainda não fez a oral. Diz-me para jantar. Quando acabar vem ter comigo. O meu coração dispara. Não o vejo há dois dias. Só me apetece abraçá-lo, tocar aquela barba, sentir aquela boca quente. Tenho saudades. Gosto da forma como ele coloca questões: "Achas bem?Está bem para ti?"Gosto da forma como dizes "vou ter contigo e logo se vê", porque o importante é estarmos juntos.Quero que esta nuvem de timidez se perca mas não deixo de achar piada. Tu és meu. Senti isso no jantar. Ali estava eu no vosso jantar,no teu grupo de amigos, contigo. Tocas-me no ombro e senti logo o meu corpo desejar o teu com aquele leve roçar de pele. Deste-me um beijo na testa. O teu primeiro beijo. Já no carro deste-me aquela rosa que andava por lá perdida. Nunca me hei-de esquecer dessa noite. 7.07.2007. Agora vou continuar à tua espera...
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"Quanto mais claro/
Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./
Quanto mais compreendo/
Menos me sinto compreendido./
Ó horror paradoxal deste pensar... "
Fernando Pessoa