17 de março de 2008
Até quando?
Em determinados momentos sinto a minha bondade a tornar-se cada vez mais ténue. Não sei se é a idade ou a dureza da vida. Muita gente me gaba a bondade, mas por vezes sinto que a raiva supera essa bondade, que talvez me tenha caracterizado um dia. Ou então esses ataques de raiva fazem com que se atenue essa bondade e me torne mais crua. A minha tia está novamente internada e por mais pena que tenha, por vezes os meus pensamentos não são os mais católicos. A pena e o bem de um, provoca o cansaço e o desgaste de outros. Não sei o que é justo. Nem sei se o é. Sei que a velhice turva o conceito de justiça. Não se apercebem dos esforços, do desgaste, do que se deixa para trás, dos gastos, não assumem os erros e tornam-se injustos, desconfiados. Talvez seja um certo sentimento de prisão que dá este sentimento de revolta. Não sei. Justificações, existem muitas. E cansaço também. E abnegação também. Em demasia. O que provoca verdadeiramente preocupação e desespero é: até quando poderá durar esta situação? Até quando será aceitável tudo perdoar e aceitar? Até quando?
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"Quanto mais claro/
Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./
Quanto mais compreendo/
Menos me sinto compreendido./
Ó horror paradoxal deste pensar... "
Fernando Pessoa
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