Klimt

24 de novembro de 2009

A nossa Bel

Um dia triste é um dia triste, este foi um dia muito triste. Não há palavras, não há gestos, apetece-nos roubar os amigos para aquele lugar seguro do nosso coração e protegê-los, mas não é possível e não sabemos o que dizer, o que fazer, como limpar as lágrimas, aliviar-lhes as dores. Estamos ali, apenas presentes, sem jeito, a tentar ajudar.

Amiga, se te pudesse poupar a este sofrimento, não sei o que faria, mas algo faria. A morte é, sempre foi, um tema muito sensível na minha vida. A vida já me roubou algumas pessoas muito importantes, mas elas estão sempre presentes e uma coisa é verdade e eu não sei explicar, mas elas acompanham-me, protegem-me, tornam-me mais forte, vivem dentro de mim. E essa vida dentro de nós é para sempre, ninguém nos tira, é nossa, só nossa. Não serve de conforto, não tira essa dor que te acompanha, não te impede de chorar, mas a tua amada mãe está ainda mais perto de ti, de vocês, e isso é certo. Tens um anjo que vos acompanha e protege.

Beijos, muitos, abraços, muitos, festinhas na cabeça, muitas, colinho, muito, mimo, muito e tudo o que tu precises. Estamos todos contigo neste momento, pelo qual alguns já passaram, tu vives agora e um dia todos nós passaremos. E na dor nos encontramos e nos fortalecemos. Isto é viver, não há outra forma de viver a vida.

Que descanse em paz.
"Quanto mais claro/ Vejo em mim, mais escuro é o que vejo./ Quanto mais compreendo/ Menos me sinto compreendido./ Ó horror paradoxal deste pensar... " Fernando Pessoa